agosto 08, 2008

Conto Rebelião 81: Janela Indiscreta


O poste defeituoso não chegava a iluminar a rua estreita, deixando que um manto de escuridão escondesse boa parte dela. Uma mulher pequena de cabelos escuros corria com muita pressa, desviando dos buracos na calçada. No alto de um muro não muito alto, dois gatos passavam correndo, com os olhos luzentes.

Glenda Marques estava ansiosa em achar sua amiga Zuleica Silveira, a Tia Zu, como preferia ser chamada. Não pensou duas vezes em subir no muro, com uma agilidade que causaria espanto se alguém a pudesse ver naquelas horas. Os felinos começaram a berrar, como se reclamassem da estranha companhia. Calculando a posição certa da janela do apartamento 202, ela parou por um breve momento, como se tomasse fôlego, e saltou.

Os mais de três metros que separavam a borda do muro da marquise que rodeava o segundo andar foram transpostos com um simples impulso. O feito, aparentemente impossível para uma pessoa normal, era algo corriqueiro para Glenda, que, definitivamente, não era uma pessoa normal. Ela era um Nefilim, uma filha de Anjo, o que lhe conferia alguns dons sobrenaturais. Equilibrada no espaço estreito da marquise, ela começou a bater nas janelas do quarto da amiga.


Lendas de Glenda II: JANELA INDISCRETA
foi escrito por Simões Lopes

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