julho 30, 2008

Nova Fronteira: Quadrinhos e Filme

DC: A NOVA FRONTEIRA (DC: The New Frontier) é uma minissérie originalmente publicada em seis volumes nos Estados Unidos, lançada aqui no Brasil e dois volumes pela Panini Comics. Foi adaptada para as elas como um longa-metragem de animação, Justice League: The New Frontier (2008).

QUANDO EU LI

Já faz mais de um ano que eu a li. Minha opinião?
Foi a melhor saga sobre Universo DC que eu li na minha vida.
Estarei eu exagerando? ACHO QUE NÃO.
A história, na verdade uma trama densa que se desenvolve ao longo de 14 anos, é nitidamente uma homenagem dos autores (Darwyn Cooke e Dave Stewart) à chamada Era de Prata, o período começa em 1956, período que marcou a retomada das revistas de diferentes personagens, incluindo muitas reformulações e atualizações.
É até difícil escolher as palavras exatas que definam tudo o que a série significa. Para mim, é simplesmente a obra definitiva sobre a Era de Prata. Perfeita. Irretocável.
Os autores mostram um indisfarçável respeito e admiração por todos os personagens, mesmo aqueles que poderíamos tomar como secundários ou de curta carreira.
Costurando a confusa cronologia dos super-heróis numa trama coerente, e bem ancorada nos diversos contextos históricos que ela atravessa, talvez jamais possa ser encaixada perfeitamente no Universo “normal” dos heróis da DC Comics, mas bem que poderia.
De um modo geral, a sensação é de que obra tenta ser uma espécie de continuação informal de toda outra grande minissérie da mesma editora, A Era de Ouro, mas com importantes diferença irreconciliáveis. Enquanto que A Era de Ouro (James Robinson, Paul Smith e Richar Ory, publicada no Brasil pela Metal Pesado) foi centrada apenas nos personagens restritos a este período, omitindo os “Três Grandes”, Super-Homem, Mulher-Maravilha e Batman, DC: A Nova Fronteira não esqueceu o trio, incluindo-o numa cronologia que começa em 1945, justamente no final da Segunda Guerra. A partir daí vemos um desfile de diversos personagens, que vai incorporando tanto os remanescentes da Era de Ouro, como o Homem-Hora e o Pantera, assim como os debutantes “supers” da Era de Prata, Ajax, o Novo Flash, Lanterna Verde, Aquaman, e muito outros, sem esquecer os personagens das revistas de guerra, espionagem e realismo fantástico, tais como os Desafiadores do Desconhecido, Esquadrão Suicida, King Faraday e os Falcões Negros. Tudo encaixa-se com perfeição e coerência, é uma verdadeira aula sobre o fantástico universo da Detective Comics.
Não pretendo contar com detalhes a história, pois não quero estragar a surpresa daqueles que ainda não leram. De uma forma resumida, a saga inicia em 1945, com os heróis mascarados sendo perseguidos pelo obscurantismo político do Macartismo, sendo obrigados a abandonar suas carreiras ou agir nas sombras. Apenas o Super-Homem e a Mulher-Maravilha seguem com seu prestígio intacto, atuando como emissários oficiais do governo americano. Batman continua sua luta incessante contra o crime na sombria Gotham, contrariando os ditames do governo, e uma experiência malfada traz o confuso marciano Jonn Jonn’z ao nosso planeta. Novos heróis e personagens vão surgindo ao longo da trama, à medida que uma grande ameaça começa a pairar sobre nosso planeta.
Vá conferir você mesmo, corra já para a loja ou banca mais próxima!

“O mundo sempre vai ter cantos sombrios e haverá milhares de tons de cinza entre o preto e o branco. Mas na Liga da Justiça temos sete pessoas boas e verdadeiras, custe o que custar. Eles têm o poder para escravizar o mundo, mas trabalham incessantemente para mantê-lo livre.”
Darwyn Cooke

QUANDO EU ASSISTI

Confesso que a versão em desenho animado deixou-me um pouco decepcionado. Foi um grande equívoco transformar uma trama densa em 6 capítulos num único filme. Ficou corrido demais, e muita coisa importante teve que ser removida da história. Os realizadores do desenho decidiram concentrar-se nos personagens principais - os integrantes da Liga - e deixaram de lado boa parte de trama que envolvia personagens mais "secundários" da Era de Prata, como os Desafiadores do Desconhecido e o prelúdio da trama, passada no fim da Segunda Guerra.

Eu até entendo a decisão de condensar a trama, e muito do que foi removido até é compreensível e coerente, mas acho que a história perdeu muito do seu impacto. Ou seja, não acrescentou quase nada de bom à trama original: os grandes momentos do filme são os mesmos que já faziam parte da HQ, e algumas das modificações não ficaram muito legais. A trajetória de Hal Jordan, por exemplo, perde muito de sua intensidade dramática devido à aceleração da trama, e alguns personagens ignorados por serem secundários contribuíam bastante para o clima da trama original.

Uma pena. A minissérie é tão sensacional que merecia uma adaptação mais caprichada.

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