— Gostaria de ressaltar o sigilo desse assunto — disse o Senador Miranda, pela terceira vez. — Por isso fiz questão do encontro pessoal.
O homem de cabelos claros e bem aparados do outro lado da mesa sequer mexeu um músculo; de trás de seus óculos escuros, incompatíveis com o interior de um Gabinete em Brasília, retrucou:
— Segredo é o cerne de minha profissão. Não costumo, inclusive, ter contato direto com meus clientes. Não é como trabalho.
Com certeza, pensou o político. Tinha procurado o “gato” durante meses, sem sucesso. As histórias sobre ele, no entanto, o precedem: era conhecido por nunca ter deixado de cumprir um contrato, sempre mantendo a identidade incólume. Nem mesmo o sexo era conhecido, somente a alcunha. Quando o Senador desistiu de procurar, ele o encontrou.
ROGÉRIO GRECO, O GATO foi escrito por Andre Esteves
Nenhum comentário:
Postar um comentário