fevereiro 15, 2008

A Última Gargalhada

É isso aí minha gente, mais um "Cinema Obscuro" trazendo só o fino da bossa do cinema, uma coisa que tenho que avisar é que desde que comecei a escrever estas resenhas, as vezes me deparo com informações que esqueci de incluir, portando os artigos podem ser atualizados de vez em quando, fiquem de olho.

Hoje vamos falar sobre "A Última Gargalhada" [1924] filme alemão do Diretor F.W. Murnau, mais conhecido pelo clássico "Nosferatu", Murnau era sem dúvida um visionário, muitos dos maneirismos de câmera que diretores contemporâneos usam, são de autoria dele. Em "Der Letzte Mann" conhecemos a história do porteiro de hotel, que depois de vários anos de serviços prestados se vê substituido por um mais jovem e com mais disposição para o trabalho.

O Porteiro é interpretado por Emil Jannings, que já havia trabalhado com Murnau em "Fausto" no papel de Mefistófeles, sua representação do porteiro é no mínimo tocante, é de uma angústia terrivel a cena em que o gerente do hotel pede que lhe retirem o uniforme, simbolo de orgulho para o personagem, que é rebaixado a criado do banheiro masculino. Neste momento é que Murnau mostra todo o desespero do ex-porteiro, que chega a roubar o antigo uniforme para que seus vizinhos e familiares não percebam que ele já não tinha aquela posição garbosa.

Ao vestir o uniforme nosso personagem (que não tem nome mesmo, só sabemos que ele era o porteiro.) tem ilusões de grandeza com sua antiga ocupação e consequentemente tem acessos que beiram a loucura. Com uma bela fotografia feita por Robert Baberske e Karl Freund, este último dirigiria mais tarde em 1932 o classico "A Múmia" com Boris Karloff. "A Última Gargalhada" é considerado um dos grandes filmes do diretor. Murnau quando terminando o filme sentiu tanta pena do personagem que chegou a fazer um "final alternativo" onde o porteiro teria um destino diferente e mais feliz do que o original.



A música ficou a cargo de Giuseppe Becce que já havia feito o "Gabinete do Dr. Caligari" e mais tarde faria "Frankenstein" da universal, mais uma vez com Boris Karloff, (vamos falar muito dele por aqui aguardem.) e já usava a mesma para dar o tom do filme e não mais como simples pano de fundo.


Com certeza um grande filme que trata dos valores humanos e de como algumas ações podem ter efeitos destruidores na auto-estima de pessoas mais frágeis.

Por hoje é só.

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