A escuridão circundante era meramente ilusória, pensava Lucas. Não obstante cobrisse seus olhos de trevas, não impedia a propagação dos rosnados baixos e constantes que lhe arrepiavam a pele. Nem mesmo bloqueava o fedor insuportável que invadia sem piedade suas narinas. Um cheiro nauseabundo de carne podre misturado com enxofre tão forte a ponto de tonteá-lo.
A Criatura estava próxima agora. O rapaz vinha correndo há tempos, e suas pernas não mais obedeciam a seus comandos desesperados. À beira da fibrilação cardíaca, tombou ao solo devido ao descontrole motor. Estava dominado por câimbras que o faziam rolar de pura dor. O choque do rosto com o chão havia arrancado um ou dois dentes, provocando uma nascente de sangue em sua boca.
O DESPERTAR foi escrito por Andre Esteves
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