Eles olharam sonolentos para o teto, que saia e entrava em foco conforme abriam e fechavam os olhos. Qualquer esforço para mover-se era infinitamente doloroso, como se cada um de seus membros pesasse tonela-das infindáveis. Às vezes, o roçar das vestes de couro de um deles era ouvido, mas tão suave que mais parecia causado pela respiração que por uma tentativa deliberada de movimentação. Num ambiente vazio de sons, passos ecoam altos como batidas de marreta - o ranger da porta penetra pelos sentidos semi-intorpecidos dos jovens espalhados pelo chão do quarto. Um deles emite um grunhido de desagrado, como uma criança incomodada no melhor de seu sono.
PREGUIÇA foi escrito por Renato Simões
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